O aparelho contra ronco é frequentemente procurado por pessoas que convivem com o barulho noturno causado pela vibração dos tecidos da garganta. Para entender se ele realmente funciona, é importante compreender como o Ronco se forma.
O ronco ocorre quando o fluxo de ar encontra resistência durante a passagem pelas vias aéreas superiores. Essa resistência gera vibração de estruturas como a úvula, o palato mole e a língua. Embora pareça apenas um incômodo, o Ronco é muitas vezes um sinal de obstrução parcial das vias respiratórias.
A principal causa é o relaxamento muscular durante o sono. Em algumas pessoas, esse relaxamento é mais intenso, promovendo estreitamento da faringe e maior tendência ao colapso. Fatores como obesidade, consumo de álcool, anatomia desfavorável, idade e dormir de barriga para cima aumentam esse risco.
Ronco e apneia do sono estão relacionados?
Sim. O ronco é um dos principais sintomas da apneia obstrutiva do sono (AOS), um distúrbio caracterizado por episódios de interrupção total (apneia) ou parcial (hipopneia) da respiração durante o sono.
Na Apneia do Sono, as vias aéreas colapsam por completo, resultando em:
- Queda abrupta na saturação de oxigênio
- Microdespertares (o cérebro desperta rapidamente para restaurar a respiração)
- Fragmentação do sono
- Ativação do sistema nervoso simpático
Pacientes com AOS quase sempre roncam, mas nem todo roncador tem Apneia do Sono. No entanto, o Ronco habitual já é considerado um marcador de risco para distúrbios respiratórios do sono.
Qual é o impacto do ronco e da apneia sobre o sistema cardiovascular?
O colapso repetido das vias aéreas gera hipóxia intermitente, aumentando a liberação de adrenalina e noradrenalina. Essa sobrecarga contínua ativa o sistema nervoso simpático, elevando a pressão arterial durante a noite e ao longo do dia.
Segundo o National Institutes of Health (NIH) e estudos publicados no PubMed, a Apneia do Sono está ligada a:
- Hipertensão resistente
- Arritmias (especialmente fibrilação atrial)
- Infarto agudo do miocárdio
- Acidente vascular cerebral (AVC)
- Insuficiência cardíaca
- Resistência à insulina e diabetes tipo 2
Esses efeitos são resultado da combinação de hipóxia, inflamação sistêmica e estresse oxidativo — condições que aceleram o envelhecimento vascular e aumentam drasticamente o risco cardiovascular.
Como funciona o aparelho contra ronco?
Existem diversos tipos de dispositivos chamados “aparelho contra ronco”, mas nem todos têm comprovação científica. Os mais estudados e reconhecidos são os dispositivos de avanço mandibular (DAM).
Eles funcionam avançando levemente a mandíbula para a frente, o que:
- Aumenta o espaço na parte posterior da língua
- Mantém as vias aéreas superiores mais abertas
- Reduz vibrações no palato e na faringe
- Diminui a obstrução parcial que causa o Ronco
Esse avanço varia de poucos milímetros a um centímetro, ajustado individualmente por profissionais especializados.
O aparelho contra ronco realmente funciona?
Sim — quando é o Aparelho Intraoral correto e quando é indicado para o paciente apropriado.
O que os estudos mostram?
Diversos estudos publicados no PubMed e diretrizes da American Academy of Sleep Medicine (AASM) apontam que dispositivos de avanço mandibular:
- Reduzem significativamente o Ronco
- Melhoram a qualidade do sono
- São eficazes para apneia leve e moderada
- Têm alta taxa de adesão, superior à do CPAP em muitos casos
Em Apneia do Sono grave, o Aparelho Intraoral ainda pode ajudar, mas geralmente não substitui o CPAP — embora seja indicado quando o paciente não tolera o equipamento.
Em quais casos ele funciona melhor?
- Ronco primário (sem apneia)
- Apneia leve
- Apneia moderada
- Pacientes que dormem de barriga para cima
- Pessoas com arcada dentária adequada e boa saúde bucal
Existem aparelhos contra ronco que não funcionam?
Sim. No mercado, há modelos genéricos, moldáveis em água quente ou vendidos sem prescrição. Esses dispositivos costumam:
- Ser desconfortáveis
- Não promover avanço mandibular adequado
- Não permitir ajustes milimétricos
- Causar dor, desalinhamento dental ou problemas na articulação temporomandibular (ATM)
Os estudos clínicos mostram eficácia apenas para dispositivos personalizados, fabricados sob medida.
CPAP e aparelho contra ronco são a mesma coisa?
Não. Eles atuam em mecanismos diferentes:
Aparelho contra ronco (DAM)
- Avança a mandíbula
- Abre espaço na via aérea superior
- Reduz ronco e apneias leves/moderadas
- É pequeno, portátil e silencioso
CPAP (Continuous Positive Airway Pressure)
- Envia ar pressurizado por meio de máscara
- Impede o colapso das vias aéreas
- É o padrão-ouro para Apneia do Sono grave
- Requer adaptação ao uso
A escolha ideal depende da gravidade da Apneia do Sono e do perfil anatômico do paciente.
Como é feito o diagnóstico antes de usar o aparelho?
Nenhum Aparelho Intraoral deve ser usado sem diagnóstico. A avaliação inclui:
1. Polissonografia (exame do sono)
Analisa:
- Número de apneias e hipopneias
- Índice de saturação de oxigênio
- Arquitetura do sono
- Ronco
- Movimentos respiratórios
2. Avaliação odontológica especializada
Determina se o paciente pode usar o dispositivo com segurança:
- Verificação da saúde dentária
- Análise da mordida
- Avaliação da articulação temporomandibular
- Exame da abertura bucal
Somente após essa avaliação é possível indicar o tratamento adequado.
Quais são as vantagens do aparelho contra ronco?
- Conforto superior ao CPAP
- Fácil adaptação
- Melhora rápida no Ronco
- Portabilidade
- Silencioso
- Não usa máscara
- Alta adesão noturna
Para muitos pacientes, é a forma mais prática e sustentável de controlar o ronco.
Existem riscos ou efeitos colaterais?
Sim, mas geralmente leves e temporários:
- Dor na mandíbula nos primeiros dias
- Aumento da salivação
- Secura bucal
- Tensão muscular
- Pequenas mudanças na mordida com uso prolongado (raras e monitoráveis)
Acompanhamento regular reduz esses riscos.
Conclusão
O aparelho contra ronco é uma ferramenta eficaz e cientificamente comprovada para reduzir o Ronco e tratar muitos casos de Apneia do Sono leve a moderada. Ele melhora o fluxo de ar durante o sono, reduz vibrações e aumenta significativamente o conforto do paciente.
Todavia, não é uma solução universal. A indicação depende do grau de apneia, da anatomia individual e do acompanhamento com profissionais especializados.
Se o ronco é frequente ou se há suspeita de pausas respiratórias, o diagnóstico é essencial para evitar complicações cardiovasculares e garantir um tratamento seguro e eficaz.
Dormir bem é parte fundamental da saúde — e o primeiro passo é investigar a causa do ronco.
FAQs – aparelho contra ronco
Funciona para a maioria dos casos, principalmente quando envolve obstrução das vias aéreas superiores.
Sim, especialmente em casos leves e moderados.
Sim, quando é feito sob medida e ajustado corretamente.
Pode substituir em casos leves e moderados ou quando há intolerância ao CPAP.
Pode causar desconforto inicial, mas tende a melhorar com ajustes.
Referências
Sutherland K. Oral Appliance Therapy for OSA — PubMed
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov
American Academy of Sleep Medicine (AASM) — Clinical Guidelines
https://aasm.org
National Institutes of Health (NIH) — Sleep Apnea
https://www.nhlbi.nih.gov
PubMed — Mandibular Advancement Devices
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov
Sleep Foundation — Oral Appliances
https://www.sleepfoundation.org
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