O ronco: quais as causas é uma pergunta cada vez mais comum entre pessoas que notam mudanças na qualidade do sono ou são alertadas por parceiros sobre o barulho noturno. O Ronco não é apenas um som incômodo: é um sinal de que algo está dificultando a passagem do ar pelas vias respiratórias durante o sono.
Na prática, o ronco ocorre quando o ar encontra resistência ao passar pela garganta, fazendo os tecidos vibrarem. Porém, entender por que isso acontece exige olhar para fatores anatômicos, comportamentais, hormonais e até mesmo genéticos.
O que exatamente é o ronco?
O ronco é o som produzido pela vibração dos tecidos moles da faringe quando há redução parcial do fluxo de ar durante a respiração. Essa vibração acontece porque, durante o sono, os músculos da língua, palato mole e garganta relaxam.
Em algumas pessoas, esse relaxamento é grande o suficiente para estreitar o canal respiratório. Esse estreitamento é o gatilho principal do Ronco — mas não o único.
Ronco e apneia são a mesma coisa?
O que diferencia ronco de apneia?
Embora muitas pessoas confundam os dois, ronco e Apneia do Sono são diferentes.
- Ronco: obstrução parcial das vias aéreas, com passagem de ar dificultada.
- Apneia obstrutiva do sono (AOS): obstrução total ou quase total, causando pausas respiratórias repetidas.
A apneia leva a quedas de oxigenação, microdespertares e impacto direto na saúde cardiovascular.
Como o ronco está ligado à apneia?
Segundo a American Academy of Sleep Medicine (AASM), o Ronco frequente e alto é um dos principais indicadores de que a apneia pode estar presente.
Em resumo:
Todo apneico ronca. Nem todo roncador tem Apneia do Sono.
Mas ambos compartilham a mesma fisiologia: vias aéreas que colapsam durante o sono.
Ronco: quais as causas principais?
As causas do Ronco são multifatoriais. Algumas são estruturais; outras, comportamentais ou hormonais. Até mesmo a idade influencia.
1. Anatomia das vias aéreas superiores
Pessoas com anatomia naturalmente estreita têm maior tendência a roncar.
Alguns exemplos:
- Úvula alongada
- Palato mole volumoso
- Amígdalas grandes
- Adenoides aumentadas
- Septo nasal desviado
Essas características reduzem o espaço para o ar circular.
2. Relaxamento muscular excessivo
Durante o sono profundo, todos relaxamos — mas algumas pessoas relaxam demais os músculos da faringe.
Isso aumenta a chance de vibrar ou colapsar.
Isso ocorre especialmente em:
- Usuários de álcool antes de dormir
- Usuários de sedativos
- Pessoas com distúrbios neuromusculares
3. Excesso de peso
Um dos fatores mais estudados.
A gordura depositada ao redor do pescoço reduz o diâmetro da via aérea e facilita o fechamento da garganta.
Estudos no National Institutes of Health (NIH) mostram que a perda de 10% do peso corporal pode reduzir o ronco e os eventos de apneia em até 30%.
4. Idade
Com o envelhecimento, o tônus muscular diminui.
Isso favorece o colapso da garganta e torna o Ronco mais comum a partir dos 40–50 anos.
5. Posição ao dormir
Dormir de barriga para cima facilita que a língua caia para trás, estreitando ainda mais o espaço respiratório.
6. Congestão nasal ou rinite
Quando o ar não entra bem pelo nariz, você respira mais pela boca — e isso aumenta o ronco.
7. Fatores hormonais
A progesterona, por exemplo, tem ação protetora da via aérea.
É por isso que mulheres na menopausa têm maior chance de roncar.
8. Fatores genéticos
Histórico familiar de ronco e Apneia do Sono aumenta o risco.
Como o ronco afeta o coração e a saúde geral?
A fisiologia do ronco e da apneia
Quando a via aérea se estreita ou fecha:
- O oxigênio cai rapidamente (hipóxia).
- O cérebro reage ativando o sistema nervoso simpático.
- O corpo libera adrenalina e noradrenalina.
- A pressão arterial aumenta.
Quando isso acontece repetidamente — às vezes centenas de vezes por noite — o corpo vive em estado de alerta constante, mesmo dormindo.
Consequências cardiovasculares
Evidências do PubMed e AASM associam ronco e apneia a:
- Hipertensão resistente
- Arritmias
- Aumento do risco de infarto
- Maior risco de AVC
- Alterações no metabolismo da glicose
Isso ocorre porque a hipóxia intermitente causa inflamação crônica, estresse oxidativo e disfunção endotelial.
Impacto cognitivo e emocional
Dormir mal afeta o cérebro.
Estudos da Harvard Medical School mostram que apneia e Ronco severo podem causar:
- Déficit de memória
- Irritabilidade
- Dificuldade de concentração
- Sonolência diurna
- Aumento do risco de depressão
Ronco em crianças: é normal?
Muitas vezes, não.
O ronco infantil é frequentemente associado a:
- Amígdalas grandes
- Adenoides aumentadas
- Alergias respiratórias
E pode causar:
- Baixo desempenho escolar
- Irritabilidade
- Falta de concentração
- Atraso no desenvolvimento
Por isso, ronco em crianças nunca deve ser ignorado.
Como é feito o diagnóstico do ronco?
O diagnóstico envolve:
- Avaliação clínica
- Exame da anatomia das vias aéreas
- Questionários de sonolência
- E principalmente: polissonografia
A polissonografia monitora durante o sono:
- Fluxo de ar
- Saturação de oxigênio
- Movimentos respiratórios
- Frequência cardíaca
- Estágios do sono
Hoje existe também a polissonografia domiciliar, igualmente válida em muitos casos.
Como tratar o ronco?
O tratamento depende da causa e da gravidade.
Mudanças de comportamento
- Perder peso
- Evitar álcool à noite
- Dormir de lado
- Tratar alergias
- Criar rotina de sono
Abordagens clínicas
- Aparelho Intraoral para avanço da mandíbula
- CPAP para casos de Apneia do Sono moderada/grave
- Terapias miofuncionais orofaciais
Cirurgias
Indicadas em casos selecionados, como:
- Desvio de septo
- Amígdalas grandes
- Colapso estrutural significativo
FAQs sobre “ronco quais as causas”
As principais são anatomia estreita, excesso de peso, envelhecimento e relaxamento muscular.
Com o tempo, os músculos da garganta perdem tônus e facilitam o colapso.
A congestão leva à respiração bucal, que aumenta a vibração da garganta.
O álcool relaxa excessivamente os músculos e estreita a via aérea.
A gordura no pescoço reduz o diâmetro da faringe, aumentando o ronco.
Conclusão: por que entender o ronco é tão importante?
O ronco é um sinal.
Ele pode parecer inofensivo, mas revela que algo está interferindo na respiração durante o sono — um processo vital para a saúde física e mental.
Identificar ronco: quais as causas é o primeiro passo para prevenir complicações graves, como hipertensão, problemas cardíacos e déficit cognitivo.
Mais importante ainda: ronco nunca deve ser normalizado.
É uma mensagem do corpo pedindo atenção.
Com diagnóstico adequado e tratamento individualizado, é possível recuperar noites de sono tranquilas e proteger sua saúde a longo prazo.
Referências internacionais
Sleep Medicine Reviews – Cellular consequences of OSA. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32359921/
American Academy of Sleep Medicine – AASM: https://aasm.org
National Institutes of Health – NIH: https://www.nih.gov
Peppard PE et al. Increased prevalence of sleep-disordered breathing. Am J Epidemiol. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23589584/
Punjabi NM. The epidemiology of adult OSA. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18250205/
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