Aparelho Bucal Anti Ronco

Aparelho Bucal Anti Ronco funciona mesmo? Descubra!

O que é o aparelho bucal anti ronco? O aparelho bucal anti ronco é um dispositivo intraoral desenvolvido para tratar o ronco e a apneia obstrutiva do sono leve a moderada. Ele é semelhante a uma placa usada na odontologia, mas possui um design específico que reposiciona a mandíbula e a língua ligeiramente para frente, mantendo as vias respiratórias abertas durante o sono.

Essa simples modificação mecânica na posição da mandíbula é suficiente, em muitos casos, para reduzir a vibração dos tecidos da garganta e evitar o colapso da faringe.

No entanto, a dúvida é comum: o aparelho bucal anti ronco funciona mesmo? Diversos estudos científicos comprovam sua eficácia, desde que o dispositivo seja personalizado e indicado por um especialista após diagnóstico adequado — geralmente por meio da polissonografia.

Como o ronco se forma e por que o aparelho ajuda?

Durante o sono, os músculos da garganta relaxam naturalmente. Quando esse relaxamento é excessivo, as paredes da faringe podem se estreitar, dificultando a passagem do ar. O fluxo turbulento gera vibração dos tecidos moles, resultando no som característico do ronco.

Em casos mais graves, esse estreitamento leva à apneia obstrutiva do sono (AOS) — interrupções momentâneas da respiração que reduzem o oxigênio no sangue e sobrecarregam o sistema cardiovascular.

O aparelho bucal anti ronco atua prevenindo esse colapso das vias aéreas. Ao projetar a mandíbula para frente, ele:

  • Aumenta o espaço na orofaringe;
  • Reduz o colapso dos tecidos moles;
  • Facilita o fluxo de ar;
  • Melhora a oxigenação e a qualidade do sono.

Em resumo, o aparelho mantém o caminho do ar livre e estável, evitando os episódios de ronco e apneia leve.

Aparelho bucal anti ronco funciona em todos os casos?

Não. O aparelho bucal anti ronco funciona muito bem em pacientes com apneia leve a moderada e ronco primário (sem apneia associada).

Entretanto, sua eficácia depende de fatores como:

  • Anatomia das vias aéreas superiores;
  • Grau de colapso faríngeo;
  • Posição da língua e da mandíbula;
  • Índice de massa corporal (IMC);
  • Adesão ao uso noturno do aparelho.

Em casos de apneia grave, o tratamento padrão continua sendo o CPAP (Continuous Positive Airway Pressure), que fornece ar pressurizado para manter as vias respiratórias abertas. No entanto, o aparelho bucal pode ser usado como alternativa quando o paciente não tolera o CPAP — algo relativamente comum.

De acordo com a American Academy of Sleep Medicine (AASM), os dispositivos orais apresentam alta taxa de adesão em comparação ao CPAP, o que aumenta sua eficácia a longo prazo.

Como é feito o aparelho bucal anti ronco?

Existem dois tipos principais de aparelhos:

  1. Pré-fabricados: vendidos prontos, com ajuste limitado; geralmente menos eficazes e desconfortáveis.
  2. Personalizados: confeccionados sob medida por dentistas especializados em sono. Utilizam moldes da arcada dentária e permitem ajustes milimétricos na posição mandibular.

O segundo tipo é o mais indicado. O processo envolve:

  • Avaliação clínica e radiográfica;
  • Moldagem da arcada superior e inferior;
  • Envio para laboratório de prótese especializado;
  • Ajustes finos após a entrega, conforme o conforto e o efeito terapêutico.

Com o uso contínuo, o paciente costuma perceber melhora significativa no ronco em poucas noites, embora a adaptação completa leve algumas semanas.

Como o aparelho age na fisiologia da apneia?

A apneia obstrutiva do sono ocorre quando há colapso recorrente da via aérea superior durante o sono, levando à interrupção do fluxo respiratório e à queda na oxigenação sanguínea (hipóxia).

Essa hipóxia intermitente ativa o sistema nervoso simpático e libera catecolaminas, como adrenalina e noradrenalina, elevando a frequência cardíaca e a pressão arterial.

Com o tempo, esses episódios repetitivos podem causar:

  • Hipertensão resistente;
  • Arritmias cardíacas;
  • Infarto do miocárdio;
  • AVC;
  • Alterações metabólicas, como resistência à insulina.

O aparelho bucal anti ronco atua na origem mecânica do problema, impedindo o fechamento da faringe e reduzindo os eventos de apneia. Estudos mostram que, em pacientes com apneia leve a moderada, o uso do aparelho pode diminuir em até 80% o número de pausas respiratórias por hora de sono.

Quais são os benefícios do uso do aparelho bucal anti ronco?

Além da redução do ronco e da apneia, o tratamento com o aparelho proporciona uma série de benefícios sistêmicos e de qualidade de vida:

  • Sono mais profundo e reparador;
  • Redução da sonolência diurna e fadiga;
  • Melhora na concentração e memória;
  • Diminuição da pressão arterial em pacientes hipertensos;
  • Aumento da energia e bem-estar;
  • Melhora na qualidade de vida do parceiro.

Diversos estudos publicados no PubMed e na Sleep Medicine Reviews confirmam que pacientes que utilizam o aparelho apresentam melhora na oxigenação noturna e redução da inflamação sistêmica, marcadores relacionados a doenças cardiovasculares.

Existem efeitos colaterais ou limitações?

O uso do aparelho bucal anti ronco é seguro, mas pode gerar alguns efeitos transitórios, especialmente nas primeiras semanas de adaptação:

  • Sensação de desconforto mandibular;
  • Salivação excessiva;
  • Dor muscular leve;
  • Alterações temporárias na mordida ao acordar.

Esses sintomas costumam desaparecer com o uso regular e com os ajustes feitos pelo profissional. É importante realizar acompanhamento odontológico periódico, garantindo o bom funcionamento e evitando deslocamento dentário.

O dispositivo não é indicado para pessoas com:

  • Dentes ausentes em quantidade significativa;
  • Doenças periodontais graves;
  • Disfunções severas da articulação temporomandibular (ATM).

Nesses casos, o dentista deve avaliar alternativas personalizadas.

O aparelho bucal anti ronco substitui o CPAP?

Depende do caso. Para apneia leve e moderada, o aparelho é uma opção eficaz e bem tolerada. Já na apneia grave, o CPAP ainda é o tratamento de referência, pois garante pressão positiva constante.

Contudo, estudos recentes da American Thoracic Society e do Journal of Clinical Sleep Medicine apontam que, em pacientes que não se adaptam ao CPAP, o aparelho bucal oferece melhor adesão e melhora clínica satisfatória, reduzindo sintomas e riscos cardiovasculares.

A decisão entre um ou outro deve sempre ser feita após avaliação médica e odontológica multidisciplinar, com base na polissonografia e nas condições anatômicas do paciente.

Como saber se o tratamento está funcionando?

O sucesso do uso do aparelho bucal anti ronco deve ser monitorado. Normalmente, o especialista solicita uma nova polissonografia com o dispositivo após algumas semanas de uso.

Essa avaliação mede parâmetros objetivos:

  • Redução do índice de apneia-hipopneia (IAH);
  • Aumento da saturação de oxigênio;
  • Melhora na eficiência do sono.

Se os resultados forem satisfatórios e os sintomas desaparecerem, o tratamento é mantido com revisões semestrais.

Quais são as evidências científicas sobre a eficácia?

Pesquisas recentes confirmam a eficácia do aparelho bucal na redução do ronco e da apneia. Entre as principais:

  • Marklund et al., 2019 (PubMed): mostraram que o aparelho mandibular reduz significativamente o índice de apneia-hipopneia em pacientes com apneia leve a moderada.
  • Hoekema et al., 2008 (NIH): comparou o CPAP e o dispositivo oral, concluindo que ambos melhoram a oxigenação e reduzem a sonolência, com melhor adesão ao aparelho.
  • AASM, 2015: recomenda o uso de aparelhos intraorais personalizados como tratamento de primeira linha para pacientes que não toleram o CPAP.

Essas evidências reforçam que o aparelho bucal anti ronco funciona de forma comprovada, desde que indicado corretamente e usado de forma contínua.

O que muda na qualidade de vida com o uso?

Além dos benefícios clínicos, muitos pacientes relatam uma transformação emocional e social após iniciar o uso do aparelho. Dormir sem roncar melhora o relacionamento conjugal, reduz o cansaço e aumenta a disposição no trabalho e nas atividades diárias.

O sono é um pilar essencial da saúde. Quando ele é restaurado, o corpo retoma o equilíbrio hormonal, imunológico e mental — impactando positivamente todas as áreas da vida.

Conclusão: o aparelho bucal anti ronco realmente funciona?

Sim, o aparelho bucal anti ronco funciona — e sua eficácia é respaldada por evidências científicas sólidas. Ele atua diretamente na causa do ronco e da apneia leve a moderada, ampliando as vias respiratórias e estabilizando a respiração durante o sono.

Entretanto, o sucesso do tratamento depende de um diagnóstico correto, avaliação multidisciplinar e acompanhamento regular. Cada paciente tem características anatômicas e fisiológicas únicas, e a escolha da terapia deve ser personalizada.

Tratar o ronco não é apenas uma questão de conforto — é um investimento na saúde cardiovascular, mental e emocional. O primeiro passo é sempre procurar um especialista em sono para avaliar a causa e indicar o melhor caminho.

FAQs sobre aparelho bucal anti ronco funciona

O aparelho bucal anti ronco funciona para apneia grave?

Não. Ele é mais eficaz em casos leves a moderados, podendo ser alternativa quando o CPAP não é tolerado.

Quanto tempo demora para o aparelho fazer efeito?

Em geral, as melhoras no ronco são percebidas em poucos dias, mas a adaptação completa leva algumas semanas.

Aparelho bucal anti ronco funciona se eu tiver problemas na ATM?

Depende da gravidade. Casos leves podem usar com acompanhamento odontológico; casos severos exigem cautela.

Posso comprar o aparelho sem prescrição?

Não. Apenas aparelhos personalizados e indicados por profissionais são eficazes e seguros.

O aparelho bucal anti ronco funciona melhor que o CPAP?

Depende do caso. O CPAP é mais eficaz em apneia grave, mas o aparelho tem maior adesão e conforto em casos moderados.

Referências bibliográficas

National Institutes of Health (NIH). Sleep Apnea Information Page. https://www.ninds.nih.gov

American Academy of Sleep Medicine (AASM). Clinical Practice Guideline for Oral Appliance Therapy for OSA. https://aasm.org

Marklund M et al. “Mandibular Advancement Devices in OSA: Long-term Efficacy.” Sleep Medicine Reviews, 2019. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31303218/

Hoekema A et al. “Oral Appliances vs CPAP in Obstructive Sleep Apnea.” American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, 2008. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18079433/

Sutherland K, Cistulli PA. “Recent Advances in Oral Appliance Therapy for OSA.” Chest Journal, 2020. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31883791/

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Dr Paulo Coelho

Dr. Paulo Coelho é graduado em Odontologia e Psicanálise, com especialização em Ortodontia, DTM e Dor Orofacial. Possui Mestrado em Ortodontia e Doutorado em Psicanálise, com foco em Distúrbios do Sono e Odontologia do Sono.
Atua de forma integrada no tratamento do ronco, da apneia do sono e das disfunções orofaciais, unindo ciência e abordagem humanizada para promover saúde, bem-estar e qualidade de vida.

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