Quais são as principais alternativas ao CPAP? O CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) é uma das opções mais eficazes no controle da apneia moderada e grave.
O aparelho fornece um fluxo contínuo de ar pressurizado que mantém as vias aéreas abertas durante o sono, evitando os episódios de colapso faríngeo que interrompem a respiração.
Estudos demonstram que o CPAP reduz o índice de apneia-hipopneia (IAH), melhora a oxigenação e diminui o risco cardiovascular.
Além disso, melhora significativamente sintomas como sonolência, cefaleia matinal e concentração reduzida.
No entanto, a adaptação ao CPAP pode ser desafiadora. O desconforto com a máscara, o ruído e a sensação de restrição levam alguns pacientes a interromper o uso.
Por isso, é importante conhecer outras alternativas eficazes para tratar a apneia e garantir conforto e adesão ao tratamento.
Quais são as principais alternativas ao CPAP?
Existem várias opções terapêuticas eficazes que podem ser usadas como substitutas ou complementares ao CPAP, dependendo da gravidade da apneia e das características individuais do paciente.
As principais incluem:
- Aparelhos Intraorais;
- Terapia posicional;
- Cirurgias das vias aéreas superiores;
- Tratamentos voltados à perda de peso;
- Estimulação do nervo hipoglosso (INSPIRATION THERAPY).
Cada método tem mecanismos distintos e deve ser escolhido de forma personalizada, após avaliação médica e polissonográfica.
O que são os Aparelhos Intraorais e como eles funcionam?
Os Aparelhos Intraorais são uma alternativa confortável e eficaz ao CPAP, especialmente para casos leves e moderados.
Eles são semelhantes a placas dentárias personalizadas, usadas durante o sono, que mantêm a mandíbula e a língua levemente projetadas para frente, aumentando o espaço da orofaringe e prevenindo o colapso das vias aéreas.
Esse avanço mandibular também tensiona os músculos da língua e do palato mole, facilitando a passagem de ar.
Pesquisas publicadas no American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine mostram que os Aparelhos Intraorais podem reduzir o IAH em até 60% e diminuir o ronco de forma significativa.
(PubMed – PMID: 29562012)
Vantagens:
- Confortáveis e discretos;
- Melhora do ronco e da oxigenação;
- Boa adesão e fácil manutenção.
Desvantagens:
Exige acompanhamento odontológico especializado.
Menor eficácia em casos graves;
Possível desconforto mandibular temporário;
A terapia posicional é realmente eficaz?
Sim. A terapia posicional é eficaz para pacientes cuja apneia ocorre principalmente ao dormir de costas.
Nessa posição, a língua e o palato mole tendem a cair para trás, bloqueando parcialmente as vias aéreas.
A terapia utiliza dispositivos ou técnicas que treinam o paciente a dormir de lado, como travesseiros anatômicos, faixas de posicionamento e sensores vibratórios.
Um estudo no Journal of Clinical Sleep Medicine mostrou que a terapia posicional reduz o IAH em até 50% em pacientes com apneia posicional.
(PubMed – PMID: 28717368)
É uma opção simples, não invasiva e pode ser combinada com outras abordagens, como Aparelhos Intraorais e controle de peso.
As cirurgias das vias aéreas ainda são indicadas?
Sim, em casos selecionados. As cirurgias otorrinolaringológicas são indicadas para pacientes com alterações anatômicas que dificultam a passagem do ar, como amígdalas aumentadas, desvio de septo ou excesso de tecido no palato.
Os principais procedimentos incluem:
- Uvulopalatofaringoplastia (UPPP): remove tecidos que vibram e bloqueiam o fluxo de ar;
- Septoplastia e turbinectomia: corrigem problemas estruturais nasais;
- Avanço maxilomandibular (AMM): reposiciona as bases ósseas para ampliar as vias aéreas.
O AMM é o mais eficaz, reduzindo o IAH em até 80%, segundo a American Academy of Sleep Medicine (AASM).
(AASM Guidelines)
Apesar dos bons resultados, é importante considerar os riscos, o tempo de recuperação e o fato de que a apneia pode retornar se outros fatores, como ganho de peso, não forem controlados.
A perda de peso pode resolver a apneia do sono?
A obesidade é o principal fator de risco para apneia do sono.
O acúmulo de gordura no pescoço e no tórax estreita as vias aéreas e aumenta o risco de colapso durante o sono.
Estudos no New England Journal of Medicine indicam que a perda de 10% do peso corporal pode reduzir o índice de apneia em até 50%.
(PubMed – PMID: 38949833)
Além da dieta e da atividade física, medicamentos modernos, como a tirzepatida (Mounjaro), vêm mostrando eficácia na redução da apneia associada à obesidade, por promover perda de peso e melhora metabólica.
A perda de peso, contudo, deve ser vista como parte de um plano de tratamento abrangente, não como solução isolada.
O que é o estímulo do nervo hipoglosso?
O implante de estimulação do nervo hipoglosso é uma terapia moderna indicada para pacientes com apneia moderada a grave que não toleram o CPAP.
O dispositivo é implantado sob a pele do tórax e conectado ao nervo hipoglosso, que controla os movimentos da língua.
Durante o sono, o sensor detecta a respiração e envia pequenos pulsos elétricos ao nervo, deslocando a língua para frente e mantendo as vias aéreas abertas.
Ensaios clínicos no JAMA Otolaryngology mostraram reduções de 68% no IAH e melhora expressiva na qualidade do sono.
(PubMed – PMID: 34038756)
Vantagens:
- Alta eficácia;
- Sem necessidade de máscara;
- Boa adesão e melhora do bem-estar.
Desvantagens:
- Custo elevado;
- Procedimento cirúrgico;
- Indicado apenas para casos específicos.
Há tratamentos complementares que ajudam nos casos leves?
Sim. Em casos leves ou como suporte a outros tratamentos, medidas comportamentais e terapias complementares podem ser muito úteis:
- Fisioterapia orofacial e terapia miofuncional: fortalecem os músculos da língua e da garganta;
- Evitar álcool e sedativos antes de dormir: reduzem o relaxamento das vias aéreas;
- Dormir de lado e manter rotina de sono regular;
- Controlar o refluxo gastroesofágico e congestão nasal.
Essas estratégias, embora simples, podem melhorar o sono e reduzir episódios respiratórios quando aplicadas de forma consistente.
Qual é a melhor alternativa ao CPAP?
A escolha depende do perfil de cada paciente.
De forma geral:
- Apneia leve a moderada: Aparelhos Intraorais e terapia posicional são boas opções;
- Apneia grave ou refratária: estimulação do nervo hipoglosso, avanço maxilomandibular ou CPAP;
- Apneia associada à obesidade: perda de peso deve ser prioridade.
O ideal é realizar uma avaliação completa com polissonografia e acompanhamento por um especialista em sono, para definir o tratamento mais adequado e seguro.
Perguntas Frequentes (FAQ)
Não. Casos leves podem ser tratados com Aparelhos Intraorais ou mudanças de estilo de vida.
Sim, em apneia leve a moderada. Em casos graves, pode ser complementar.
Depende da causa anatômica e do perfil do paciente. Nem sempre elimina totalmente o distúrbio.
Sim. Reduz a obstrução das vias aéreas e melhora a oxigenação.
Sim. Reduz a pressão arterial, o risco de arritmias e doenças cardiovasculares.
Conclusão
A apneia do sono é um distúrbio respiratório sério, mas o CPAP não é a única solução.
Existem alternativas eficazes, como Aparelhos Intraorais, terapias posicionais, estimulação neural e cirurgias específicas, que podem ser adaptadas a cada caso.
Mais do que eliminar o ronco, o objetivo é restaurar o sono profundo, proteger o coração e melhorar a qualidade de vida.
Com um diagnóstico preciso e acompanhamento especializado, é possível encontrar o tratamento ideal para cada paciente.
Referências
- American Academy of Sleep Medicine. Clinical Practice Guidelines for OSA Treatment. AASM.org
- Ramar K, et al. Clinical Practice Guideline for Oral Appliance Therapy. J Clin Sleep Med. 2015. PubMed
- Heiser C, et al. Hypoglossal Nerve Stimulation for OSA: Long-Term Outcomes. JAMA Otolaryngol. 2021. PubMed
- Peppard PE, et al. Sleep-Disordered Breathing and Hypertension. N Engl J Med. 2000. PubMed
- Javaheri S, et al. Obstructive Sleep Apnea and Cardiovascular Disease. Hypertension. 2017. PubMed
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