Quais são as principais alternativas ao CPAP

Quais são as principais alternativas ao CPAP para tratar a apneia do sono?

Quais são as principais alternativas ao CPAP? O CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) é uma das opções mais eficazes no controle da apneia moderada e grave.
O aparelho fornece um fluxo contínuo de ar pressurizado que mantém as vias aéreas abertas durante o sono, evitando os episódios de colapso faríngeo que interrompem a respiração.

Estudos demonstram que o CPAP reduz o índice de apneia-hipopneia (IAH), melhora a oxigenação e diminui o risco cardiovascular.
Além disso, melhora significativamente sintomas como sonolência, cefaleia matinal e concentração reduzida.

No entanto, a adaptação ao CPAP pode ser desafiadora. O desconforto com a máscara, o ruído e a sensação de restrição levam alguns pacientes a interromper o uso.
Por isso, é importante conhecer outras alternativas eficazes para tratar a apneia e garantir conforto e adesão ao tratamento.

Quais são as principais alternativas ao CPAP?

Existem várias opções terapêuticas eficazes que podem ser usadas como substitutas ou complementares ao CPAP, dependendo da gravidade da apneia e das características individuais do paciente.

As principais incluem:

  1. Aparelhos Intraorais;
  2. Terapia posicional;
  3. Cirurgias das vias aéreas superiores;
  4. Tratamentos voltados à perda de peso;
  5. Estimulação do nervo hipoglosso (INSPIRATION THERAPY).

Cada método tem mecanismos distintos e deve ser escolhido de forma personalizada, após avaliação médica e polissonográfica.

O que são os Aparelhos Intraorais e como eles funcionam?

Os Aparelhos Intraorais são uma alternativa confortável e eficaz ao CPAP, especialmente para casos leves e moderados.
Eles são semelhantes a placas dentárias personalizadas, usadas durante o sono, que mantêm a mandíbula e a língua levemente projetadas para frente, aumentando o espaço da orofaringe e prevenindo o colapso das vias aéreas.

Esse avanço mandibular também tensiona os músculos da língua e do palato mole, facilitando a passagem de ar.

Pesquisas publicadas no American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine mostram que os Aparelhos Intraorais podem reduzir o IAH em até 60% e diminuir o ronco de forma significativa.
(PubMed – PMID: 29562012)

Vantagens:

  • Confortáveis e discretos;
  • Melhora do ronco e da oxigenação;
  • Boa adesão e fácil manutenção.

Desvantagens:

Exige acompanhamento odontológico especializado.

Menor eficácia em casos graves;

Possível desconforto mandibular temporário;

A terapia posicional é realmente eficaz?

Sim. A terapia posicional é eficaz para pacientes cuja apneia ocorre principalmente ao dormir de costas.
Nessa posição, a língua e o palato mole tendem a cair para trás, bloqueando parcialmente as vias aéreas.

A terapia utiliza dispositivos ou técnicas que treinam o paciente a dormir de lado, como travesseiros anatômicos, faixas de posicionamento e sensores vibratórios.

Um estudo no Journal of Clinical Sleep Medicine mostrou que a terapia posicional reduz o IAH em até 50% em pacientes com apneia posicional.
(PubMed – PMID: 28717368)

É uma opção simples, não invasiva e pode ser combinada com outras abordagens, como Aparelhos Intraorais e controle de peso.

As cirurgias das vias aéreas ainda são indicadas?

Sim, em casos selecionados. As cirurgias otorrinolaringológicas são indicadas para pacientes com alterações anatômicas que dificultam a passagem do ar, como amígdalas aumentadas, desvio de septo ou excesso de tecido no palato.

Os principais procedimentos incluem:

  • Uvulopalatofaringoplastia (UPPP): remove tecidos que vibram e bloqueiam o fluxo de ar;
  • Septoplastia e turbinectomia: corrigem problemas estruturais nasais;
  • Avanço maxilomandibular (AMM): reposiciona as bases ósseas para ampliar as vias aéreas.

O AMM é o mais eficaz, reduzindo o IAH em até 80%, segundo a American Academy of Sleep Medicine (AASM).
(AASM Guidelines)

Apesar dos bons resultados, é importante considerar os riscos, o tempo de recuperação e o fato de que a apneia pode retornar se outros fatores, como ganho de peso, não forem controlados.

A perda de peso pode resolver a apneia do sono?

A obesidade é o principal fator de risco para apneia do sono.
O acúmulo de gordura no pescoço e no tórax estreita as vias aéreas e aumenta o risco de colapso durante o sono.

Estudos no New England Journal of Medicine indicam que a perda de 10% do peso corporal pode reduzir o índice de apneia em até 50%.
(PubMed – PMID: 38949833)

Além da dieta e da atividade física, medicamentos modernos, como a tirzepatida (Mounjaro), vêm mostrando eficácia na redução da apneia associada à obesidade, por promover perda de peso e melhora metabólica.

A perda de peso, contudo, deve ser vista como parte de um plano de tratamento abrangente, não como solução isolada.

O que é o estímulo do nervo hipoglosso?

O implante de estimulação do nervo hipoglosso é uma terapia moderna indicada para pacientes com apneia moderada a grave que não toleram o CPAP.

O dispositivo é implantado sob a pele do tórax e conectado ao nervo hipoglosso, que controla os movimentos da língua.
Durante o sono, o sensor detecta a respiração e envia pequenos pulsos elétricos ao nervo, deslocando a língua para frente e mantendo as vias aéreas abertas.

Ensaios clínicos no JAMA Otolaryngology mostraram reduções de 68% no IAH e melhora expressiva na qualidade do sono.
(PubMed – PMID: 34038756)

Vantagens:

  • Alta eficácia;
  • Sem necessidade de máscara;
  • Boa adesão e melhora do bem-estar.

Desvantagens:

  • Custo elevado;
  • Procedimento cirúrgico;
  • Indicado apenas para casos específicos.

Há tratamentos complementares que ajudam nos casos leves?

Sim. Em casos leves ou como suporte a outros tratamentos, medidas comportamentais e terapias complementares podem ser muito úteis:

  • Fisioterapia orofacial e terapia miofuncional: fortalecem os músculos da língua e da garganta;
  • Evitar álcool e sedativos antes de dormir: reduzem o relaxamento das vias aéreas;
  • Dormir de lado e manter rotina de sono regular;
  • Controlar o refluxo gastroesofágico e congestão nasal.

Essas estratégias, embora simples, podem melhorar o sono e reduzir episódios respiratórios quando aplicadas de forma consistente.

Qual é a melhor alternativa ao CPAP?

A escolha depende do perfil de cada paciente.
De forma geral:

  • Apneia leve a moderada: Aparelhos Intraorais e terapia posicional são boas opções;
  • Apneia grave ou refratária: estimulação do nervo hipoglosso, avanço maxilomandibular ou CPAP;
  • Apneia associada à obesidade: perda de peso deve ser prioridade.

O ideal é realizar uma avaliação completa com polissonografia e acompanhamento por um especialista em sono, para definir o tratamento mais adequado e seguro.

Perguntas Frequentes (FAQ)

O CPAP é sempre necessário?

Não. Casos leves podem ser tratados com Aparelhos Intraorais ou mudanças de estilo de vida.

O Aparelho Intraoral substitui o CPAP?

Sim, em apneia leve a moderada. Em casos graves, pode ser complementar.

Cirurgia cura a apneia do sono?

Depende da causa anatômica e do perfil do paciente. Nem sempre elimina totalmente o distúrbio.

A perda de peso melhora a apneia?

Sim. Reduz a obstrução das vias aéreas e melhora a oxigenação.

O tratamento da apneia protege o coração?

Sim. Reduz a pressão arterial, o risco de arritmias e doenças cardiovasculares.


Conclusão

A apneia do sono é um distúrbio respiratório sério, mas o CPAP não é a única solução.
Existem alternativas eficazes, como Aparelhos Intraorais, terapias posicionais, estimulação neural e cirurgias específicas, que podem ser adaptadas a cada caso.

Mais do que eliminar o ronco, o objetivo é restaurar o sono profundo, proteger o coração e melhorar a qualidade de vida.
Com um diagnóstico preciso e acompanhamento especializado, é possível encontrar o tratamento ideal para cada paciente.

Referências

  • American Academy of Sleep Medicine. Clinical Practice Guidelines for OSA Treatment. AASM.org
  • Ramar K, et al. Clinical Practice Guideline for Oral Appliance Therapy. J Clin Sleep Med. 2015. PubMed
  • Heiser C, et al. Hypoglossal Nerve Stimulation for OSA: Long-Term Outcomes. JAMA Otolaryngol. 2021. PubMed
  • Peppard PE, et al. Sleep-Disordered Breathing and Hypertension. N Engl J Med. 2000. PubMed
  • Javaheri S, et al. Obstructive Sleep Apnea and Cardiovascular Disease. Hypertension. 2017. PubMed

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Dr Paulo Coelho

Dr. Paulo Coelho é graduado em Odontologia e Psicanálise, com especialização em Ortodontia, DTM e Dor Orofacial. Possui Mestrado em Ortodontia e Doutorado em Psicanálise, com foco em Distúrbios do Sono e Odontologia do Sono.
Atua de forma integrada no tratamento do ronco, da apneia do sono e das disfunções orofaciais, unindo ciência e abordagem humanizada para promover saúde, bem-estar e qualidade de vida.

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