Ronco o que pode ser e quando é perigoso

Ronco o que pode ser e quando é perigoso!

Ronco o que pode ser? O ronco é o som produzido pela vibração dos tecidos da garganta durante a respiração, geralmente quando há estreitamento das vias aéreas superiores. Ele é mais comum durante o sono porque os músculos da faringe relaxam, reduzindo o espaço de passagem do ar.

Embora pareça apenas um incômodo noturno, o ronco pode indicar um distúrbio respiratório do sono, como a apneia obstrutiva do sono (AOS), que compromete a oxigenação do corpo e sobrecarrega o sistema cardiovascular.

O som do ronco surge quando o fluxo de ar encontra resistência. Essa resistência pode ser causada por fatores anatômicos (como amígdalas grandes, septo desviado ou excesso de tecido no palato), ou funcionais (como obesidade e relaxamento muscular excessivo).

Ronco o que pode ser: um simples incômodo ou sinal de alerta?

Em muitos casos, o ronco leve e esporádico está relacionado a situações passageiras — como cansaço, consumo de álcool, ou resfriados. No entanto, o ronco alto, constante e acompanhado de pausas respiratórias é um importante sinal de alerta.

Essas pausas, chamadas apneias, indicam que o ar não está chegando adequadamente aos pulmões, levando à queda nos níveis de oxigênio no sangue. Isso faz o cérebro emitir microdespertares para restabelecer a respiração, fragmentando o sono e prejudicando o descanso profundo.

Quando o ronco é frequente, é essencial buscar avaliação médica. Ele pode estar mascarando doenças graves, como a apneia obstrutiva do sono, que afeta milhões de pessoas no mundo e frequentemente passa despercebida.

Quais são as principais causas do ronco?

O ronco pode ter diversas causas, e compreender sua origem é o primeiro passo para tratá-lo corretamente. Entre as mais comuns estão:

  • Obesidade: o excesso de tecido adiposo na região do pescoço comprime a faringe;
  • Anatomia das vias aéreas: amígdalas volumosas, língua grande ou desvio de septo;
  • Envelhecimento: com o tempo, há perda do tônus muscular da garganta;
  • Álcool e sedativos: aumentam o relaxamento muscular durante o sono;
  • Posição ao dormir: deitar de costas favorece o fechamento da garganta;
  • Congestão nasal crônica: alergias e sinusites dificultam a passagem do ar.

Identificar a causa é essencial para diferenciar o ronco simples do ronco patológico, que pode indicar distúrbios respiratórios mais sérios.

Quando o ronco se torna perigoso?

O ronco se torna perigoso quando está associado à apneia obstrutiva do sono, condição em que ocorrem interrupções repetidas da respiração durante a noite.

Essas pausas respiratórias reduzem o oxigênio no sangue e provocam uma série de reações fisiológicas: aumento da frequência cardíaca, liberação de hormônios do estresse e ativação do sistema nervoso simpático.

A longo prazo, isso contribui para:

  • Hipertensão arterial resistente;
  • Infarto do miocárdio e arritmias;
  • Acidente vascular cerebral (AVC);
  • Distúrbios metabólicos, como resistência à insulina e diabetes tipo 2;
  • Comprometimento cognitivo, com falhas de memória e concentração.

Segundo a American Academy of Sleep Medicine (AASM), pessoas com apneia não tratada têm risco até duas vezes maior de eventos cardiovasculares fatais.

Qual é a relação entre ronco e apneia do sono?

O ronco é o principal sintoma da apneia obstrutiva do sono (AOS). Na apneia, a via aérea colapsa parcial ou totalmente durante o sono, bloqueando a passagem do ar.

Esse colapso acontece por três fatores fisiológicos principais:

  1. Relaxamento muscular excessivo: durante o sono profundo, os músculos da garganta perdem o tônus;
  2. Anatomia desfavorável: palato mole alongado, úvula grande ou língua volumosa;
  3. Pressão negativa inspiratória: o esforço para inspirar ar contra a via obstruída agrava o colapso.

Cada episódio de apneia dura de 10 segundos a mais de 1 minuto e pode se repetir dezenas ou centenas de vezes por noite. O resultado é um sono fragmentado e a constante hipóxia intermitente, prejudicando todo o organismo.

Ronco e o impacto sobre o coração e o sistema vascular

A hipóxia recorrente causada pelo ronco e pela apneia leva à ativação simpática crônica, caracterizada pelo aumento da liberação de adrenalina e noradrenalina.

Essas substâncias elevam a pressão arterial e a frequência cardíaca, promovendo sobrecarga no coração. Estudos publicados no National Institutes of Health (NIH) e PubMed apontam forte associação entre apneia do sono e:

  • Hipertensão refratária;
  • Insuficiência cardíaca congestiva;
  • Fibrilação atrial;
  • Infarto agudo do miocárdio.

Além disso, a hipóxia e a fragmentação do sono aumentam a produção de radicais livres e citocinas inflamatórias, levando à disfunção endotelial, que reduz a capacidade dos vasos de dilatar adequadamente.

Com o tempo, essa inflamação sistêmica acelera a aterosclerose e o envelhecimento vascular, elevando o risco de eventos cardiovasculares graves.

O ronco também pode afetar o cérebro?

Sim. O ronco e a apneia comprometem a oxigenação cerebral, especialmente em áreas relacionadas à memória, atenção e regulação emocional.

Estudos da Harvard Medical School demonstram que pacientes com apneia têm redução na atividade do hipocampo e do córtex pré-frontal, resultando em maior risco de déficit cognitivo e depressão.

Além disso, a sonolência diurna e a fadiga crônica afetam o desempenho no trabalho, aumentam o risco de acidentes e prejudicam o bem-estar emocional.

Como é feito o diagnóstico do ronco e da apneia?

O diagnóstico começa com uma avaliação clínica detalhada, que inclui histórico do sono, hábitos noturnos e queixas do parceiro.

O exame padrão-ouro é a polissonografia, que monitora:

  • Fluxo de ar;
  • Movimentos respiratórios;
  • Saturação de oxigênio;
  • Frequência cardíaca;
  • Atividade cerebral e muscular.

Atualmente, há também a polissonografia domiciliar, mais prática e acessível, capaz de fornecer dados precisos sobre o padrão respiratório durante o sono.

Quais são os tratamentos mais indicados?

O tratamento depende da gravidade e das causas do ronco. As opções incluem:

1. Mudanças de estilo de vida

  • Perder peso;
  • Evitar álcool e sedativos;
  • Dormir de lado;
  • Manter higiene do sono adequada.

2. Aparelhos intraorais

Indicado para casos leves e moderados, o aparelho intraoral avança a mandíbula e a língua, ampliando o espaço da faringe e reduzindo o ronco.

3. CPAP (Continuous Positive Airway Pressure)

Nos casos graves, o CPAP fornece ar pressurizado contínuo por meio de uma máscara, evitando o colapso das vias respiratórias.

4. Cirurgias

Quando há alterações anatômicas, como amígdalas grandes ou desvio de septo, a cirurgia pode ser necessária para corrigir a obstrução.

O acompanhamento multidisciplinar com otorrinolaringologista, pneumologista e dentista do sono é essencial para garantir o melhor resultado.

Ronco em mulheres e idosos: existe diferença?

Sim. Embora o ronco seja mais frequente em homens, ele também afeta mulheres, especialmente após a menopausa. A redução dos níveis de progesterona e estrogênio — hormônios que ajudam na tonicidade muscular — favorece o relaxamento das vias aéreas.

Nos idosos, há uma diminuição natural da força muscular e aumento da flacidez dos tecidos da garganta, o que contribui para o surgimento do ronco e da apneia.

Ronco infantil: quando investigar?

O ronco em crianças nunca deve ser considerado normal. Em geral, está relacionado a amígdalas ou adenoides aumentadas, alergias respiratórias ou desvio de septo.

A apneia infantil pode causar atraso no crescimento, irritabilidade, dificuldades escolares e distúrbios de atenção. O tratamento precoce é fundamental para garantir um desenvolvimento saudável.

Conclusão: o ronco é um aviso do corpo

O ronco o que pode ser — um simples barulho ou um sinal de alerta? A resposta depende da intensidade e da frequência. Quando o ronco é constante, alto e acompanhado de pausas respiratórias, ele deixa de ser um incômodo e passa a representar um risco real à saúde.

O diagnóstico e o tratamento corretos podem não apenas restaurar o sono de qualidade, mas também prevenir doenças cardiovasculares, metabólicas e neurológicas.

Dormir bem é essencial para a regeneração do corpo e da mente. Por isso, nunca ignore o ronco — ele pode ser a maneira do corpo pedir ajuda.

FAQs sobre ronco o que pode ser

1. Ronco o que pode ser quando é frequente?
Pode indicar estreitamento das vias aéreas ou apneia do sono, devendo ser avaliado por um especialista.

2. Ronco o que pode ser em crianças?
Geralmente está ligado a amígdalas aumentadas ou obstrução nasal crônica.

3. Ronco o que pode ser em mulheres?
Pode surgir após a menopausa devido à queda hormonal e perda de tônus muscular.

4. Ronco o que pode ser se piora com álcool?
O álcool relaxa a musculatura da garganta, aumentando a vibração dos tecidos e o ronco.

5. Ronco o que pode ser quando há pausas na respiração?
Esse é um forte sinal de apneia obstrutiva do sono, que requer diagnóstico imediato.

Referências bibliográficas

Sleep Medicine Reviews. “Sleep apnea and aging: Effects on cellular senescence.” 2020. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32359921/

American Academy of Sleep Medicine (AASM). Obstructive Sleep Apnea and Snoring. https://aasm.org

National Institutes of Health (NIH). Sleep Apnea Information Page. https://www.ninds.nih.gov

Peppard PE et al. “Increased Prevalence of Sleep-Disordered Breathing in Adults.” Am J Epidemiol. 2013. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23589584/

Punjabi NM. “The Epidemiology of Adult Obstructive Sleep Apnea.” Proc Am Thorac Soc. 2008. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18250205/

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Dr Paulo Coelho

Dr. Paulo Coelho é graduado em Odontologia e Psicanálise, com especialização em Ortodontia, DTM e Dor Orofacial. Possui Mestrado em Ortodontia e Doutorado em Psicanálise, com foco em Distúrbios do Sono e Odontologia do Sono.
Atua de forma integrada no tratamento do ronco, da apneia do sono e das disfunções orofaciais, unindo ciência e abordagem humanizada para promover saúde, bem-estar e qualidade de vida.

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