Ronco o que pode ser? O ronco é o som produzido pela vibração dos tecidos da garganta durante a respiração, geralmente quando há estreitamento das vias aéreas superiores. Ele é mais comum durante o sono porque os músculos da faringe relaxam, reduzindo o espaço de passagem do ar.
Embora pareça apenas um incômodo noturno, o ronco pode indicar um distúrbio respiratório do sono, como a apneia obstrutiva do sono (AOS), que compromete a oxigenação do corpo e sobrecarrega o sistema cardiovascular.
O som do ronco surge quando o fluxo de ar encontra resistência. Essa resistência pode ser causada por fatores anatômicos (como amígdalas grandes, septo desviado ou excesso de tecido no palato), ou funcionais (como obesidade e relaxamento muscular excessivo).
Ronco o que pode ser: um simples incômodo ou sinal de alerta?
Em muitos casos, o ronco leve e esporádico está relacionado a situações passageiras — como cansaço, consumo de álcool, ou resfriados. No entanto, o ronco alto, constante e acompanhado de pausas respiratórias é um importante sinal de alerta.
Essas pausas, chamadas apneias, indicam que o ar não está chegando adequadamente aos pulmões, levando à queda nos níveis de oxigênio no sangue. Isso faz o cérebro emitir microdespertares para restabelecer a respiração, fragmentando o sono e prejudicando o descanso profundo.
Quando o ronco é frequente, é essencial buscar avaliação médica. Ele pode estar mascarando doenças graves, como a apneia obstrutiva do sono, que afeta milhões de pessoas no mundo e frequentemente passa despercebida.
Quais são as principais causas do ronco?
O ronco pode ter diversas causas, e compreender sua origem é o primeiro passo para tratá-lo corretamente. Entre as mais comuns estão:
- Obesidade: o excesso de tecido adiposo na região do pescoço comprime a faringe;
- Anatomia das vias aéreas: amígdalas volumosas, língua grande ou desvio de septo;
- Envelhecimento: com o tempo, há perda do tônus muscular da garganta;
- Álcool e sedativos: aumentam o relaxamento muscular durante o sono;
- Posição ao dormir: deitar de costas favorece o fechamento da garganta;
- Congestão nasal crônica: alergias e sinusites dificultam a passagem do ar.
Identificar a causa é essencial para diferenciar o ronco simples do ronco patológico, que pode indicar distúrbios respiratórios mais sérios.
Quando o ronco se torna perigoso?
O ronco se torna perigoso quando está associado à apneia obstrutiva do sono, condição em que ocorrem interrupções repetidas da respiração durante a noite.
Essas pausas respiratórias reduzem o oxigênio no sangue e provocam uma série de reações fisiológicas: aumento da frequência cardíaca, liberação de hormônios do estresse e ativação do sistema nervoso simpático.
A longo prazo, isso contribui para:
- Hipertensão arterial resistente;
- Infarto do miocárdio e arritmias;
- Acidente vascular cerebral (AVC);
- Distúrbios metabólicos, como resistência à insulina e diabetes tipo 2;
- Comprometimento cognitivo, com falhas de memória e concentração.
Segundo a American Academy of Sleep Medicine (AASM), pessoas com apneia não tratada têm risco até duas vezes maior de eventos cardiovasculares fatais.
Qual é a relação entre ronco e apneia do sono?
O ronco é o principal sintoma da apneia obstrutiva do sono (AOS). Na apneia, a via aérea colapsa parcial ou totalmente durante o sono, bloqueando a passagem do ar.
Esse colapso acontece por três fatores fisiológicos principais:
- Relaxamento muscular excessivo: durante o sono profundo, os músculos da garganta perdem o tônus;
- Anatomia desfavorável: palato mole alongado, úvula grande ou língua volumosa;
- Pressão negativa inspiratória: o esforço para inspirar ar contra a via obstruída agrava o colapso.
Cada episódio de apneia dura de 10 segundos a mais de 1 minuto e pode se repetir dezenas ou centenas de vezes por noite. O resultado é um sono fragmentado e a constante hipóxia intermitente, prejudicando todo o organismo.
Ronco e o impacto sobre o coração e o sistema vascular
A hipóxia recorrente causada pelo ronco e pela apneia leva à ativação simpática crônica, caracterizada pelo aumento da liberação de adrenalina e noradrenalina.
Essas substâncias elevam a pressão arterial e a frequência cardíaca, promovendo sobrecarga no coração. Estudos publicados no National Institutes of Health (NIH) e PubMed apontam forte associação entre apneia do sono e:
- Hipertensão refratária;
- Insuficiência cardíaca congestiva;
- Fibrilação atrial;
- Infarto agudo do miocárdio.
Além disso, a hipóxia e a fragmentação do sono aumentam a produção de radicais livres e citocinas inflamatórias, levando à disfunção endotelial, que reduz a capacidade dos vasos de dilatar adequadamente.
Com o tempo, essa inflamação sistêmica acelera a aterosclerose e o envelhecimento vascular, elevando o risco de eventos cardiovasculares graves.
O ronco também pode afetar o cérebro?
Sim. O ronco e a apneia comprometem a oxigenação cerebral, especialmente em áreas relacionadas à memória, atenção e regulação emocional.
Estudos da Harvard Medical School demonstram que pacientes com apneia têm redução na atividade do hipocampo e do córtex pré-frontal, resultando em maior risco de déficit cognitivo e depressão.
Além disso, a sonolência diurna e a fadiga crônica afetam o desempenho no trabalho, aumentam o risco de acidentes e prejudicam o bem-estar emocional.
Como é feito o diagnóstico do ronco e da apneia?
O diagnóstico começa com uma avaliação clínica detalhada, que inclui histórico do sono, hábitos noturnos e queixas do parceiro.
O exame padrão-ouro é a polissonografia, que monitora:
- Fluxo de ar;
- Movimentos respiratórios;
- Saturação de oxigênio;
- Frequência cardíaca;
- Atividade cerebral e muscular.
Atualmente, há também a polissonografia domiciliar, mais prática e acessível, capaz de fornecer dados precisos sobre o padrão respiratório durante o sono.
Quais são os tratamentos mais indicados?
O tratamento depende da gravidade e das causas do ronco. As opções incluem:
1. Mudanças de estilo de vida
- Perder peso;
- Evitar álcool e sedativos;
- Dormir de lado;
- Manter higiene do sono adequada.
2. Aparelhos intraorais
Indicado para casos leves e moderados, o aparelho intraoral avança a mandíbula e a língua, ampliando o espaço da faringe e reduzindo o ronco.
3. CPAP (Continuous Positive Airway Pressure)
Nos casos graves, o CPAP fornece ar pressurizado contínuo por meio de uma máscara, evitando o colapso das vias respiratórias.
4. Cirurgias
Quando há alterações anatômicas, como amígdalas grandes ou desvio de septo, a cirurgia pode ser necessária para corrigir a obstrução.
O acompanhamento multidisciplinar com otorrinolaringologista, pneumologista e dentista do sono é essencial para garantir o melhor resultado.
Ronco em mulheres e idosos: existe diferença?
Sim. Embora o ronco seja mais frequente em homens, ele também afeta mulheres, especialmente após a menopausa. A redução dos níveis de progesterona e estrogênio — hormônios que ajudam na tonicidade muscular — favorece o relaxamento das vias aéreas.
Nos idosos, há uma diminuição natural da força muscular e aumento da flacidez dos tecidos da garganta, o que contribui para o surgimento do ronco e da apneia.
Ronco infantil: quando investigar?
O ronco em crianças nunca deve ser considerado normal. Em geral, está relacionado a amígdalas ou adenoides aumentadas, alergias respiratórias ou desvio de septo.
A apneia infantil pode causar atraso no crescimento, irritabilidade, dificuldades escolares e distúrbios de atenção. O tratamento precoce é fundamental para garantir um desenvolvimento saudável.
Conclusão: o ronco é um aviso do corpo
O ronco o que pode ser — um simples barulho ou um sinal de alerta? A resposta depende da intensidade e da frequência. Quando o ronco é constante, alto e acompanhado de pausas respiratórias, ele deixa de ser um incômodo e passa a representar um risco real à saúde.
O diagnóstico e o tratamento corretos podem não apenas restaurar o sono de qualidade, mas também prevenir doenças cardiovasculares, metabólicas e neurológicas.
Dormir bem é essencial para a regeneração do corpo e da mente. Por isso, nunca ignore o ronco — ele pode ser a maneira do corpo pedir ajuda.
FAQs sobre ronco o que pode ser
1. Ronco o que pode ser quando é frequente?
Pode indicar estreitamento das vias aéreas ou apneia do sono, devendo ser avaliado por um especialista.
2. Ronco o que pode ser em crianças?
Geralmente está ligado a amígdalas aumentadas ou obstrução nasal crônica.
3. Ronco o que pode ser em mulheres?
Pode surgir após a menopausa devido à queda hormonal e perda de tônus muscular.
4. Ronco o que pode ser se piora com álcool?
O álcool relaxa a musculatura da garganta, aumentando a vibração dos tecidos e o ronco.
5. Ronco o que pode ser quando há pausas na respiração?
Esse é um forte sinal de apneia obstrutiva do sono, que requer diagnóstico imediato.
Referências bibliográficas
Sleep Medicine Reviews. “Sleep apnea and aging: Effects on cellular senescence.” 2020. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32359921/
American Academy of Sleep Medicine (AASM). Obstructive Sleep Apnea and Snoring. https://aasm.org
National Institutes of Health (NIH). Sleep Apnea Information Page. https://www.ninds.nih.gov
Peppard PE et al. “Increased Prevalence of Sleep-Disordered Breathing in Adults.” Am J Epidemiol. 2013. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23589584/
Punjabi NM. “The Epidemiology of Adult Obstructive Sleep Apnea.” Proc Am Thorac Soc. 2008. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18250205/
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