cirurgia para apneia do sono

Cirurgia para Apneia do Sono é melhor que o uso do CPAP?

Cirurgia para Apneia do Sono é melhor que o uso do CPAP? Você acorda cansado, sente-se exausto mesmo após dormir por horas, e seu parceiro reclama do ronco alto. Esse cenário é mais comum do que se imagina. apneia do sono pode ser tratada com CPAP, aparelho intraoral ou até cirurgia.

Neste post, falo de coração aberto sobre quando a cirurgia pode ser útil — e por que, para a maioria das pessoas, o CPAP continua sendo o tratamento mais eficaz.

CPAP ou Aparelho Intraoral: Qual é a Melhor Opção para Tratar o Ronco e Apneia do Sono?

  • O CPAP (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas) é um dispositivo que utiliza uma máscara conectada a uma máquina para fornecer um fluxo contínuo de ar pressurizado. Esse fluxo mantém as vias aéreas abertas durante o sono, prevenindo pausas na respiração. Embora seja um tratamento altamente eficaz para apneia do sono moderada a grave, compreendo que o uso constante da máscara e do equipamento pode ser desconfortável para algumas pessoas.
  • Aparelho intraoral , também conhecido como dispositivo de avanço mandibular (DAM), é uma alternativa menos invasiva. Ele é adaptado para se encaixar na boca, reposicionando suavemente a mandíbula e a língua para evitar o colapso das vias aéreas. Esta opção é geralmente indicada para casos leves a moderados de apneia e ronco. Se o CPAP não é confortável para você, o aparelho intraoral pode ser uma solução mais agradável, embora seja essencial que ele seja personalizado por um especialista para garantir sua eficácia.

Lembre-se, cada pessoa é única, e o melhor tratamento varia de acordo com as necessidades individuais. Não hesite em consultar um profissional de saúde para encontrar a opção que proporcionará noites de sono mais tranquilas e revigorantes. Estou aqui para apoiar você nessa jornada rumo a uma melhor qualidade de vida.

A cirurgia substitui o CPAP em eficácia?

A cirurgia para apneia do sono, como a uvulopalatofaringoplastia (UPPP), avanço maxilomandibular, transoral (TORS) ou suspensão hioide, busca modificar a anatomia das vias aéreas para prevenir obstruções durante o sono

Em alguns casos, a cirurgia pode levar a reduções de 60 % no índice de apneia-hipopneia (IAH), valor semelhante ao obtido pelos melhores pacientes em uso contínuo de CPAP, que alcançam cerca de 66 % de redução

Entretanto, muitos estudos fundamentam que o CPAP permanece superior por sua eficácia demonstrada em pesquisas robustas e pela não invasividade do tratamento.

Quais são os riscos e benefícios da cirurgia?

A cirurgia é indicada quando o paciente é intolerante ao CPAP ou quando há obstruções anatômicas específicas. Ela pode proporcionar alívio permanente dos sintomas, em especial nos casos de obstrução multissítio

Porém, envolve riscos como sangramento, dor, recuperação prolongada e efeitos adversos permanentes. Além disso, em alguns casos os sintomas podem retornar ao longo do tempo.

Como o CPAP se compara à cirurgia no longo prazo?

O CPAP, por sua natureza não invasiva, demonstra resultados consistentes e sustentáveis. Uma meta-análise global envolvendo mais de um milhão de pacientes mostrou que o uso regular de CPAP reduz significativamente a mortalidade por causas cardíacas e gerais

Mesmo após dez anos de tratamento, os efeitos terapêuticos do CPAP se mantêm estáveis — assim como acontece com dispositivos intraorais (MAD), embora com menor magnitude

A cirurgia previne outras doenças melhor que o CPAP?

Em alguns estudos, pacientes que passaram por cirurgia de avanço superior das vias aéreas apresentaram risco menor de desenvolver diabetes ao longo de 5 anos, comparado àqueles em uso apenas de CPAP (risco 0,081 vs 0,195)

Em outros estudos, a cirurgia também reduziu significativamente o risco de acidentes automobilísticos vinculados à sonolência mais do que o CPAP

Contudo, as orientações clínicas ainda recomendam que a cirurgia seja considerada apenas após tentativas com CPAP ou aparelho intraoral, por seu caráter invasivo e efeitos variáveis entre pacientes.

Em que situações a cirurgia é recomendada?

A cirurgia pode ser indicada quando:

  1. O paciente não tolera o CPAP ou não consegue aderir continuamente.
  2. Existe obstrução anatômica clara (como base de língua grande, amígdalas volumosas, palato estreito, palato longo)
  3. Quando mesmo com CPAP bem ajustado os sintomas persistem.
  4. Após avaliação detalhada por otorrinolaringologista ou cirurgião do sono.

E o aparelho intraoral (MAD)? Ele substitui o CPAP ou a cirurgia?

Dispositivos intraorais (oral appliances ou MAD) avançam a mandíbula para manter a via aérea aberta durante o sono. Eles são indicados principalmente para apneia leve a moderada ou intolerância ao CPAP

Estudos mostram que MADs são eficazes, reduzindo o IAH e melhorando a sonolência diurna, embora geralmente com menor eficácia que o CPAP. No entanto, sua taxa de adesão costuma ser maior por serem confortáveis e silenciosos.

Em comparação, a cirurgia pode representar uma solução mais definitiva para casos selecionados, mas envolve riscos e variabilidade nos resultados.

Cirurgia ou CPAP? Qual escolher?

Veja abaixo um comparativo:

CritérioCPAPCirurgiaAparelho intraoral (MAD)
Eficácia no reduz IAHMuito alta (~66 %)Até ~60 % em cirurgia multissítioBoa (~50–70 %)
AdesãoPode ser difícil por desconfortoÚnica intervenção, mas exige recuperaçãoAlta adesão, menos invasivo
InvasividadeNenhumaAlta — anestesia, riscos cirúrgicosNenhuma, ajustável pelo dentista
Efeitos colateraisSecura, claustrofobia, irritação nasalSangramento, dor, possível alteração anatômicaMandíbula/dentes alterados, dor facial
Estabilidade a longo prazoEfeitos mantidos com uso contínuoPode declinar com tempo, dependendo da técnica holísticaEstável com uso e ajustes contínuos
Benefícios sistêmicosReduz mortalidade e risco cardiovascular Também reduz risco, mas estudo limitadoReduz sonolência e pressão arterial
CustoEquipamento contínuo e filtrosProcedimento único, mas complexo e caroMenor custo, manutenção com dentista

Como tomar a decisão certa?

  1. Faça uma polissonografia para definir a gravidade do distúrbio (IAH).
  2. Converse com um especialista do sono ou otorrinolaringologista.
  3. Se for apneia moderada a grave, tente CPAP primeiro, com ajustes, teste de máscaras diferentes e suporte adequado.
  4. Se não tolerar o CPAP, considere um aparelho intraoral (MAD).
  5. A cirurgia é considerada somente após tentativa de tratamentos conservadores e quando houver obstruções anatômicas específicas.
  6. Combine com mudanças de estilo de vida: perda de peso, dormir de lado, evitar álcool/tabaco, exercícios respiratórios.

O que dizem as evidências científicas?

  • Uma revisão sistemática mostrou que CPAP supera MAD em eficácia no tratamento da apneia, embora ambos sejam efetivos para melhorar sintomas.
  • Outro estudo comparativo sugere que, para homens com apneia grave intolerante ao CPAP, a cirurgia pode ser custo‑efetiva e eficaz.
  • Estudos de seguimento de 5-10 anos indicam que tanto CPAP quanto MAD mantêm benefícios estáveis, mas que cirurgia pode ter retorno dos sintomas ao longo do tempo ou efeitos adversos persistentes.

FAQs – 5 Perguntas Frequentes

Cirurgia cura a apneia de forma definitiva?

Pode ser curativa em casos anatômicos específicos, mas nem sempre. Sintomas podem reaparecer com o tempo.

Posso parar o CPAP após a cirurgia?

Em alguns casos sim, especialmente se a cirurgia foi eficaz para eliminar a obstrução e você estiver bem avaliado por exame. Mas nem sempre é garantido.

Cirurgia é mais segura que CPAP?

Nenhum tratamento é totalmente isento de risco. CPAP é não invasivo, enquanto cirurgia envolve anestesia, dor e recuperação.

Quanto tempo até ver resultado com CPAP?

Melhora na sonolência geralmente aparece nas primeiras noites; benefícios cardiovasculares surgem ao longo de meses com uso contínuo.

E se eu não tolerar CPAP nem aparelho intraoral?

A cirurgia pode ser considerada — ou terapias emergentes como estimulação nervosa ou medicamentos sob pesquisa.

Conclusão

Se você tem apneia do sono, saiba que existem opções eficazes e que salvam vidas. O CPAP continua sendo o tratamento de escolha, por ser altamente eficaz, seguro e respaldado por evidências robustas. O aparelho intraoral (MAD) é uma excelente alternativa para casos leves ou para quem não tolera o CPAP. A cirurgia, por sua vez, deve ser considerada apenas após tentativa com métodos não invasivos e sempre com avaliação especializada.

Qualquer decisão deve ser individualizada, levando em conta a gravidade da apneia, anatomia, conforto e preferências do paciente. Um bom sono é o melhor investimento em saúde que você pode fazer.

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Referências Bibliográficas

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Dr Paulo Coelho

Dr. Paulo Coelho é graduado em Odontologia e Psicanálise, com especialização em Ortodontia, DTM e Dor Orofacial. Possui Mestrado em Ortodontia e Doutorado em Psicanálise, com foco em Distúrbios do Sono e Odontologia do Sono.
Atua de forma integrada no tratamento do ronco, da apneia do sono e das disfunções orofaciais, unindo ciência e abordagem humanizada para promover saúde, bem-estar e qualidade de vida.

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