Aparelho Dental para Apneia do Sono

Aparelho Dental para Apneia do Sono: Funciona Mesmo?

A apneia obstrutiva do sono (AOS) é um distúrbio respiratório sério que provoca interrupções repetidas da respiração durante a noite — e uma das alternativas mais estudadas atualmente é o aparelho dental para Apneia do Sono.

Esse dispositivo atua reposicionando a mandíbula para melhorar o fluxo de ar, reduzindo colapsos das vias aéreas e atenuando sintomas como Ronco intenso, pausas respiratórias e queda na oxigenação. Mesmo sendo uma solução relativamente simples, sua ação envolve mecanismos fisiológicos complexos que merecem ser entendidos com clareza.

Como o aparelho dental para apneia do sono atua?

O aparelho dental para Apneia do Sono, também chamado de dispositivo de avanço mandibular (DAM), atua reposicionando a mandíbula para frente de forma sutil, porém suficiente para ampliar o espaço da via aérea superior.

Ao projetar a mandíbula anteriormente, o Aparelho Intraoral:

  • tensiona a musculatura da língua, impedindo que ela caia sobre a faringe;
  • aumenta o diâmetro da via aérea;
  • reduz a vibração dos tecidos, diminuindo o ronco;
  • reduz episódios de obstrução parcial ou total.

Esse mecanismo é simples, mas extremamente eficaz em casos leves e moderados de AOS, segundo a American Academy of Sleep Medicine (AASM). Para casos graves, o uso pode ser complementar quando o CPAP não é tolerado.

O aparelho dental realmente funciona para apneia do sono?

Sim, ele funciona — especialmente quando indicado de forma correta e ajustado por profissionais especializados em odontologia do sono.

Diversos estudos mostram sua eficácia:

  • Redução significativa do índice de apneia e hipopneia (IAH);
  • Redução do Ronco em mais de 70% dos casos leves e moderados;
  • Melhora da sonolência diurna e qualidade do sono;
  • Adesão muito maior que ao CPAP em pacientes que têm dificuldade com o equipamento.

Um artigo publicado no Journal of Clinical Sleep Medicine demonstra que dispositivos de avanço mandibular bem ajustados podem reduzir a gravidade da AOS a níveis equivalentes ao CPAP em pacientes selecionados.

A efetividade depende de fatores como padrão anatômico, severidade da AOS e adesão ao uso noturno.

Quais são os impactos da Apneia do Sono no sistema cardiovascular?

A apneia não tratada causa hipóxia intermitente, que ativa o sistema nervoso simpático e gera picos repetidos de adrenalina. Isso leva a:

  • hipertensão sustentada;
  • disfunção endotelial;
  • aumento do risco de arritmias;
  • maior risco de infarto e AVC.

A American Heart Association reforça que tratar a AOS é essencial para controlar doenças cardiovasculares e reduzir mortalidade.

O Aparelho Intraoral, ao reduzir os eventos de apneia, diminui a hipóxia noturna e ajuda a estabilizar a resposta autonômica, beneficiando diretamente o sistema cardiovascular.

Quem é o melhor candidato ao aparelho dental?

O dispositivo costuma ser mais eficaz em:

  • apneia leve e moderada;
  • pacientes com índice de massa corporal (IMC) abaixo de 30–32;
  • pessoas que roncam, mas nem sempre apresentam pausas respiratórias;
  • indivíduos que não se adaptaram ao CPAP;
  • portadores de retrognatismo ou mandíbula pequena.

Para apneia grave, o Aparelho Intraoral também pode ser utilizado, mas normalmente como alternativa ao CPAP apenas para quem não tolera o fluxo de ar pressurizado.

O aparelho substitui o CPAP?

Depende da gravidade da apneia.

  • Casos leves e moderados: Pode substituir totalmente o CPAP com excelentes resultados.
  • Casos graves: Pode não atingir a mesma eficácia do CPAP, que continua sendo o padrão-ouro de tratamento.
  • Pacientes intolerantes ao CPAP: O aparelho dental se torna a melhor alternativa, reduzindo riscos sistêmicos e melhorando a qualidade do sono.

A escolha deve ser multidisciplinar — envolvendo médico do sono e dentista especializado.

Existem efeitos colaterais do aparelho dental?

Sim, mas a maioria é leve e transitória:

  • desconforto mandibular no início;
  • salivação aumentada ou boca seca;
  • sensação de pressão nos dentes;
  • movimentos dentários em uso prolongado (por isso o acompanhamento é essencial).

Ajustes periódicos ajudam a manter a eficácia e o conforto a longo prazo.

O que a ciência diz sobre o aparelho dental para Apneia do Sono?

A literatura científica reforça a eficácia e segurança do dispositivo. Evidências importantes incluem:

  • Journal of Dental Sleep Medicine: DAMs reduzem o IAH e melhoram a saturação de oxigênio.
  • American Academy of Sleep Medicine (AASM): recomenda o Aparelho Intraoral como primeira linha para apneia leve e moderada.
  • National Institutes of Health (NIH): melhora da qualidade de vida e da sonolência diurna.

Além disso, estudos mostram adesão superior ao CPAP — fator crucial na eficácia real do tratamento.

Como é feita a adaptação do aparelho dental?

O processo envolve:

  1. Avaliação odontológica e exames de imagem (panorâmica e telerradiografia).
  2. Escaneamento ou moldagem digital para fabricação personalizada.
  3. Ajuste inicial baseado na anatomia da mandíbula.
  4. Acompanhamento clínico mensal nos primeiros meses para calibrar o avanço ideal.
  5. Reavaliação com polissonografia para confirmar a eficácia.

A personalização é fundamental — aparelhos prontos (genéricos) não apresentam o mesmo desempenho.

O aparelho dental pode piorar alguma condição?

Raramente. Quando mal indicado ou mal ajustado, pode gerar:

  • dor na articulação temporomandibular (ATM);
  • sensação de mordida alterada pela manhã;
  • desgaste dentário;
  • baixa eficácia no tratamento da AOS.

Por isso, apenas profissionais habilitados devem confeccionar e acompanhar o uso do dispositivo.

Conclusão: o aparelho dental para apneia do sono funciona mesmo?

Sim, o aparelho dental para Apneia do Sono é uma alternativa eficaz, segura e baseada em fortes evidências científicas. Ele melhora a passagem de ar, reduz o ronco, diminui os eventos respiratórios e melhora a qualidade do sono e da vida.

Contudo, cada pessoa apresenta uma anatomia e uma gravidade diferente da apneia. Por isso, o diagnóstico preciso — geralmente com polissonografia — é indispensável. A escolha entre CPAP, Aparelho Intraoral ou ambos precisa ser cuidadosamente orientada.

Buscar avaliação especializada é o primeiro passo para noites mais tranquilas, respiração saudável e proteção cardiovascular a longo prazo.

FAQs

Aparelho dental para apneia do sono resolve o ronco?

Sim, ao avançar a mandíbula, o aparelho reduz a vibração dos tecidos e diminui o ronco.

Aparelho dental para apneia do sono substitui o CPAP?

Em casos leves e moderados, sim. Em casos graves, depende da avaliação clínica.

Aparelho dental para apneia do sono causa dor?

Pode causar leve desconforto inicial, mas tende a desaparecer com ajustes.

Aparelho dental para apneia do sono funciona em apneia grave?

Pode funcionar, mas geralmente não é a primeira escolha — é alternativa ao CPAP para quem não tolera o uso.

Aparelho dental para apneia do sono precisa de acompanhamento?

Sim, ajustes e reavaliações garantem eficácia e evitam efeitos colaterais.


Referências

Sleep Medicine Reviews – Long-term outcomes of oral appliance therapy. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov

American Academy of Sleep Medicine. Oral Appliance Therapy. https://aasm.org

National Institutes of Health – Sleep Apnea Overview. https://www.nhlbi.nih.gov

PubMed: Mandibular advancement devices systematic review. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov

Journal of Clinical Sleep Medicine – Oral Appliance Efficacy. https://jcsm.aasm.org

Unidade Campinas – R. Antonio Lapa, 1020 – Bairro: Cambuí – WhatsApp (19) 99813-7019

Unidade Brooklin – São Paulo – R. Alcides Ricardini Neves,12 – WhatsApp (11) 94164-5052

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Polissonografia Domiciliar – Campinas e Valinhos – WhatsApp (19) 99813-7019

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Dr Paulo Coelho

Dr. Paulo Coelho é graduado em Odontologia e Psicanálise, com especialização em Ortodontia, DTM e Dor Orofacial. Possui Mestrado em Ortodontia e Doutorado em Psicanálise, com foco em Distúrbios do Sono e Odontologia do Sono.
Atua de forma integrada no tratamento do ronco, da apneia do sono e das disfunções orofaciais, unindo ciência e abordagem humanizada para promover saúde, bem-estar e qualidade de vida.

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